Autonomia e Flexibilidade Curricular no apoio ao E@D

O excelente exemplo da escola pública, numa articulação com o município de Caminha e as autarquias locais de freguesia, tem sido já um elemento de referência na comunidade.
Na verdade, desde de Março que o agrupamento manteve em funcionamento a escola de acolhimento, recebendo diariamente alunos de diferentes níveis de ensino mesmo nos momentos mais difíceis da pandemia. Para além destes, garantiu a alimentação diária a membros da sua comunidade escolar, nos princípios regulamentados, e, à distância esteve, desde sempre, ininterruptamente, em ensino e acompanhamento dos seus alunos, retomando, no passado dia 18 de maio, as aulas presenciais dos 11°e 12° anos, mantendo ainda, até à data, um plano de apoio à preparação da avaliação externa (Exames), testemunhando um serviço público singular a que todos podem aceder logo que se matriculam neste agrupamento, desde o pré-escolar ao ensino secundário. Sem dúvida alguma que sem a ação do agrupamento, que se estendeu a todos os níveis e ciclos de ensino, e ainda ao pré-escolar, a comunidade teria dificuldades acrescidas, quer no confinamento, quer no desconfinamento.
Mas importa sobretudo fazer eco da multiplicidade das estratégias pedagógicas assumidas desde o final de segundo período até ao término do ano letivo, onde a autonomia e a flexibilidade curricular revelam ajustes a cenários diferenciados que, muito provavelmente, marcarão igualmente o próximo ano letivo. Desde do Vale do Âncora ao Coura-Minho, os exemplos de DAC (Domínio de Autonomia Curricular), particularmente assumidos em projetos de articulação interdisciplinar, somaram-se. O trabalho de articulação cruzou disciplinas de Oferta Complementar (Educação Patrimonial e Sustentabilidade) com Cidadania e Desenvolvimento, Expressão Plástica, Educação Visual, TIC, Matemática, Português, História, entre outras. Mas foi igualmente um trabalho que uniu a escola à comunidade, tornando-a ativa as dinâmicas de trabalho, orientado, pedagogicamente, pelos professores. Enfatiza-se, para além das famílias em geral, a intervenção particular de agentes locais, com destaque para as artes tradicionais, sobretudo associadas, direta, ou indiretamente, à agricultura e à pesca. 
Com a adaptação necessária ao plano de trabalho previsto para o terceiro período, destaca-se, a partir de Caminha, da escola sede do Agrupamento, o desenvolvimento das prendizagens transversais adstritos à sensibilidade estética e sustentabilidade ambiental, integrando a participação em atividades do projeto eco-escolas de valorização da reutilização de materiais. Num olhar atento ao entorno local, uma outra experiência ditou o estudo focado nas aprendizagens essenciais, tendo por referência a árvore, da escolha do aluno. Para além do conhecimento e da identidade local, na confluência das diferentes competências inerentes às diferentes tarefas e recursos, da fotografia à pesquisa, do desenho à pintura, do esboço à medição, da identificação à classificação das espécies,fica o registo da articulação presente em trabalhos produzidos pelos alunos que contribuíram para lhes garantir mais conhecimento e maior capacidade de interpretar o meio. 
Da Escola Básica e Secundária do Vale do Âncora, em Vila Praia de Âncora, outras experiências trouxeram os DAC para a ordem do dia das atividades escolares à distância. O trabalho não presencial obrigou à reconversão das atividades planificadas, ajustando-as à realidade vivida, não impedindo contudo que a centralidade dos projetos se perdesse. O Upcycling foi disso um exemplo. Inicialmente previsto para ser realizado a partir a recolha de  resíduos na Mata da Gelfa e na Praia, passou a ser feito com os resíduos recolhidos em casa, atingindo assim um outro nível de intervenção, evitando que muitos resíduos domésticos chegassem ao mar e à nossa costa, em geral.
Mas outras experiências partiram também da EBS do Vale do Âncora, na continuidade dada ao trabalho do período anterior. Na esteira da toponímia foram trabalhadas realidades históricas locais e nacionais, orientação, comunicação, texto e expressão, bem como o Risco, tema de Cidadania e Desenvolvimento, valorizando e promovendo ainda a criatividade dos alunos através da produção de bandas desenhadas, não esquecendo a vertente científica promovida em disciplinas como as Ciências Naturais ou a Físico-Química, atravessando domínio do Som e da Luz.
Mas as experiências ditaram também o envolvimento da pesca, com a colaboração, pela partilha à distância, do pescador Noé Guimarães, e, ao nível agrícola, na representante de encarregados de educação de turma, Alexandra Vaz.
Uma vez mais, pela ação abnegada do agrupamento, medida na entrega pedagógica dos seus docentes e na disponibilidade para a aprendizagem dos seus alunos, a par da colaboração com a comunidade e as instituições locais, de forma muito particular das autarquias (Juntas e Câmara Municipal) e das famílias, fica a partilha de experiências que testemunham a importância da escola pública no concelho de Caminha.
Vila Praia de Âncora e Caminha, dispõem assim, pelos exemplos dados, de uma ampla e rica oferta para toda a sua comuidade, desde o pré-escolar à conclusão do ensino secundário, oferecendo o Agrupamento público de escolas do concelho um ensino de proximidade, capaz e dinâmico, preparado para as novas realidades que se aproximam.

JCR | GabComAESP




























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