Actividade Integradora do NG II (Complexidade e Mudança)

No dia 13 de Janeiro de 2009, realizou-se uma palestra sobre ambiente, cujo orador foi o Sr. Gualdino, presidente da associação COREMA.
A COREMA – Associação de Defesa do Património, sediada em Caminha, nasceu em 1988, afirmando-se a sua constituição dramaticamente oportuna face à urgência de empreender uma acção que estancasse o abastardamento, em marcha, dos valores naturais e culturais da Ribeira Minho. Alguns dos seus fundadores tinham já participado nas lutas ambientais nacionais e locais, destacando-se, nestas últimas, a defesa do Rio Minho e da Mata Nacional do Camarido. O carácter emblemático de que se revestiu a conservação deste pinhal ficou bem vincado na escolha do nome da associação, feita a partir da designação científica da planta dunar que o baptizou – a camarinheira (“Corema album”).
A palestra iniciou-se com a apresentação de um trabalho realizado pelas alunas do SEC B, em Power Point. Do trabalho constava uma pequena reflexão sobre o ambiente, uma série de imagens elucidativas da quantidade de lixo produzido nos Estados Unidos e uma série de perguntas relacionadas com questões sobre o ambiente local. Estiveram presentes nesta palestra a comunidade escolar do regime nocturno e alguns elementos que aproveitaram a oportunidade para colocar algumas questões.
Figura 1: turma SEC B Em relação à mata Nacional do Camarido, o orador salientou a intenção do governo privatizar a mesma, e as consequências nefastas que isso poderia acarretar.
Embora exista neste momento uma praga de insectos que ataca as árvores, há também o facto das espécies arbóreas infectantes (acácia, mimosa, chorão…), assim torna-se urgente uma intervenção global para a preservação das espécies autocnes, e não será com certeza com a privatização da mata que isso acontecerá.
Falou das energias renováveis e da instalação dos parques eólicos, salientando a necessidade de estudos mais aprofundados em relação à localização dos mesmos, de modo a minimizar os impactos ambientais e preservar o património natural, espécies de aves e vegetação. A deslocação do ar provocado pelas pás das torres eólicas, tem sido responsável pela destruição de populações de morcegos, espécie importantíssima para o equilíbrio do ecossistema.
Grande parte da poluição do rio Minho chega da Galiza através do rio Louro. Poluição essa que devido ao declive do leito do rio, na zona de São Gregório em Melgaço, é atenuada devido à oxigenação da água que regenera a sua qualidade. Um dos principais causadores de poluição são as barragens, que devido à estagnação
Figura 3: apresentação em power pointdas águas, desenvolvem micro-algas, muitas vezes com características cancerígenas. Em 1996 a COREMA foi alertada para uma coloração verde-azulada das águas perto da foz do rio Minho. Os estudos realizados, provaram que tal coloração se devia a micro-algas de estirpe cancerígena, pelo qual foram interditos os banhos naquela zona. Outro grande problema é a extracção de inertes, que faz com que haja movimentação das areias do estuário, as quais são depósito de metais pesados.
A construção da via rápida A28, também foi motivo de conversa, salientou-se que para além dos impactos ambientais resultantes da construção desta, não foram contemplados corredores para animais, o que põe em risco uma série de espécies. È de salientar que nos últimos 10 anos devido à construção de auto-estradas 42% das espécies animais estão ameaçadas no nosso país. Quando se efectua um projecto nunca se devia descurar a qualidade de vida das populações, a poluição sonora, a defesa do património e de uma forma geral optar por traçados com menos impactos nefastos.
A última mensagem deixada pelo orador foi para que sempre se verifiquem atitudes prejudiciais ao ambiente, sejam denunciadas, e que qualquer luta, mesmo que não traga efeitos imediatos, terá sempre repercussões futuras, por isso nunca devemos descurar a hipótese de participar activamente nas lutas pela defesa daquilo que temos de mais importante, como é um ambiente saudável e sustentável.
Caminha, 20 de Janeiro de 2009
Palmira de Fátima Lages Mourão

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