UMA VIDA DIFERENTE




Cristina Viana, educadora de infância já formada opta por tirar uma especialização em educação especial, devido ao facto de ser uma eterna apaixonada por essa mesma área.
Professora Cristina fala-nos assim do seu trabalho com os meninos que frequentam a escola E B 2, 3/S de Caminha e que de certa forma precisam de um apoio especial. Meninos esses que tivemos o prazer de acompanhar num dos seus cursos realizados através de protocolos entre a escola e empresas.

Boa tarde professora Cristina Viana, neste momento está a trabalhar com um grupo de quantos alunos?
Bem, neste momento existem quatro casos de meninos que frequentam a educação especial na nossa escola, 3 meninas no 9º ano, a Sara e a Lúcia Rosalina de 19 anos e a Ana Lúcia de 15 anos e depois temos também o Carlos com 15 anos, o Carlos anda ainda no 7º ano pois veio de outro pais e daí ter perdido alguns anos.

E o curso deles é diferente, até que idade frequentam a escola? E qual o futuro deles?
Eles frequentam a escola até ao 9ºano onde tem um Currículo Específico individual que procura de certo modo uma saída profissional de acordo com as suas capacidades

Eles estam inseridos numa turma, tem aulas conjuntas com os outros elementos de turma?
Sim, eles tem algumas aulas conjuntas como é o caso de TIC, Formação cívica, área de projecto e no caso das raparigas educação tecnológica, todas as outras são a parte, no caso da matemática, equações não faria nenhum sentido para eles, assim têm também esse tipo de áreas adaptadas, tem linguagem e comunicação, matemática para a vida (identificar preços, medidas), actividades da vida diária (jardinagem, ir as compras, cozinhar) educação para a vida (educação sexual, alimentação equilibrada, ciência), TIC especifico, Educação física, Natação e Expressão Plástica.

De que forma os ajudam mais especificamente a encontrar as suas vocações.
A escola nesse ponto de vista tem nos ajudado, fez vários protocolos com varias empresas como é o caso da Helena Cabeleireiros, da costureira Rosa Romano, da Pastelaria Caminhense, do Canil / Gatil de Caminha e com a florista Magnólia, que têm sido espectaculares e nos têm ajudado ensinando-lhes várias coisas e deixando-os estagiar lá, encontrando desta forma a sua vocação.

E se não se conseguirem entregar num ambiente local, caso não se consigam entregar numa empresa?
Nesses casos, quando não temos uma total adaptação a vida de trabalhadores, faz-se um encaminhamento para a APPACDM (associação portuguesa de pais e amigos do cidadão deficiente mental). A mais perto daqui é em Areosa, neste momento o Carlos e Ana Lúcia, às quartas-feiras visitam-na em mais uma experiencia vocal as oficinas onde o Carlos está a experimentar a carpintaria/ construção civil enquanto que a Ana Lúcia se dedica as actividades de hotelaria.

Na sua opinião existe mais facilidade numa adaptação em meios rurais ou urbanos? Acha que eles se sentem felizes nesta escola?
Existe uma maior facilidade de adaptação em meios pequenos como Caminha, onde eles são bem acolhidos, e sim acho que são felizes na nossa escola, gostam muitos dos professores e apesar de ainda existirem colegas que fazem troça deles, eles tem muitos amigos, “Não é Carlos? Estes meninos são teus amigos? Gostas deles? Sim”

Sofia Maia e Tiago Silva
28 de Abril de 2009

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